terça-feira, 30 de março de 2010

AOS PROFESSORES...

Apesar de discordar da associação entre educação libertadora e aprovação automática gostei do texto por isso estou compartilhando com vocês.

Contribuição de Elda Tramm.

AOS PROFESSORES...

O ano é 2059 D.C. - ou seja, daqui a cinquenta anos - e uma conversa entre avô e neto tem início a partir da seguinte interpelação:

– Vovô, por que o mundo está acabando?

A calma da pergunta revela a inocência da alma infante. E no mesmo tom vem a resposta:

– Porque não existem mais PROFESSORES, meu anjo.

– Professores? Mas o que é isso? O que fazia um professor?

O velho responde, então, que professores eram homens e mulheres elegantes e dedicados, que se expressavam sempre de maneira muito culta e que, muitos anos atrás, transmitiam conhecimentos e ensinavam as pessoas a ler, falar, escrever, se comportar, localizar-se no mundo e na história, entre muitas outras coisas. Principalmente, ensinavam as pessoas a pensar.

- Eles ensinavam tudo isso? Mas eles eram sábios?

– Sim, ensinavam, mas não eram todos sábios. Apenas alguns, os grandes professores, que ensinavam outros professores, e eram amados pelos alunos.

– E como foi que eles desapareceram, vovô?

– Ah, foi tudo parte de um plano secreto e genial, que foi executado aos poucos por alguns vilões da sociedade. O vovô não se lembra direito do que veio primeiro, mas sem dúvida, os políticos ajudaram muito. Eles acabaram com todas as formas de avaliação dos alunos, apenas para mostrar estatísticas de aprovação. Assim, sabendo ou não sabendo alguma coisa, os alunos eram aprovados. Isso liquidou o estímulo para o estudo e apenas os alunos mais interessados conseguiam aprender alguma coisa.

Depois, muitas famílias estimularam a falta de respeito pelos professores, que passaram a ser vistos como empregados de seus filhos. Estes foram ensinados a dizer “eu estou pagando e você tem que me ensinar”, ou “para que estudar se meu pai não estudou e ganha muito mais do que você” ou ainda “meu pai me dá mais de mesada do que você ganha”. Isso quando não iam os próprios pais gritar com os professores nas escolas. Para isso muito ajudou a multiplicação de escolas particulares, as quais, mais interessadas nas mensalidades que na qualidade do ensino, quando recebiam reclamações dos pais, pressionavam os professores, dizendo que eles não estavam conseguindo “gerenciar a relação com o aluno”. O professores eram vítimas da violência – física, verbal e moral – que lhes era destinada por pobres e ricos. Viraram saco de pancadas de todo mundo.

Além disso, qualquer proposta de ensino sério e inovador sempre esbarrava na obsessão dos pais com a aprovação do filho no vestibular, para qualquer faculdade que fosse. “Ah, eu quero saber se isso que vocês estão ensinando vai fazer meu filho passar no vestibular”, diziam os pais nas reuniões com as escolas. E assim, praticamente todo o ensino foi orientado para os alunos passarem no vestibular. Lá se foi toda a aprendizagem de conceitos, as discussões de idéias, tudo, enfim, virou decoração de fórmulas. Com a Internet, os trabalhos escolares e as fórmulas ficaram acessíveis a todos, e nunca mais ninguém precisou ir à escola para estudar a sério.

Em seguida, os professores foram desmoralizados. Seus salários foram gradativamente sendo esquecidos e ninguém mais queria se dedicar à profissão. Quando alguém criticava a qualidade do ensino, sempre vinha algum tonto dizer que a culpa era do professor. As pessoas também se tornaram descrentes da educação, pois viam que as pessoas “bem sucedidas” eram políticos e empresários que os financiavam, modelos, jogadores de futebol, artistas de novelas da televisão, sindicalistas – enfim, pessoas sem nenhuma formação ou contribuição real para a sociedade.

Ah, mas teve um fator chave nessa história toda. Teve uma época longa chamada ditadura, quando os milicos colocaram os professores na alça de mira e quase acabaram com eles, que foram perseguidos, aposentados, expulsos do país, em nome do combate aos subversivos e à instalação de uma república sindical no país. Eles fracassaram, porque a tal da república sindical se instalou, os tais subversivos tomaram o poder, implantaram uma tal de “educação libertadora” que ninguém nunca soube o que é, fizeram a aprovação automática dos alunos com apoio dos políticos... Foi o tiro de misericórdia nos professores. Não sei o que foi pior – os milicos ou os tais dos subversivos.

– Não conheço essa palavra. O que é um milico, vovô?

– Era, meu filho, era, não é. Também não existem mais...

Autoria Desconhecida

domingo, 28 de março de 2010

SOBRE A TEORIA DOS LIMITES

De vez em quando, quando me pego quieto e pensativo o pensamento escreve algo. Começo bastante despretensioso. Despretensioso também termino. Isso ajuda a refletir sobre os episódios de nossa vida. Eu aceito críticas...Preciso melhorar o texto! Um abraço a todos. Até mais!


SOBRE A TEORIA DOS LIMITES

Foi assim, foi uma frase, foi um susto! Estava como sempre estive. Faz Três anos que trabalho nas Olimpíadas Brasileiras de Matemática das Escolas Públicas sendo fiscal nas provas da 2ª fase. Absenteísmo altíssimo. De 40 alunos, apenas 12 compareceram para fazer a prova. Uma pena!

Os que compareceram concorriam a 300 medalhas de ouro; 900 medalhas de prata; 1800 medalhas de bronze; 3000 bolsas de iniciação científica e 30000 certificados de menção honrosa. Os professores e a escolas também recebem prêmios dependendo do resultado de seus alunos. Um incentivo.

Os alunos chegam como sempre: nervosos, apreensivos, com medo, pensam que tem mais a perder do que a ganhar. Falo menos dos prêmios e mais das oportunidades. Oportunidades são assim, elas aparecem quando menos se esperam... De repente! E aí “temos que estar prontos para nos atracar a elas”, palavras de meu pai.

No meu papel de fiscal, ao me devolverem a prova respondida, observo se esqueceram algo, caso positivo confirmo se esqueceram de responder ou se querem deixar em branco. Coisa de quem acha que sempre podemos dar mais um passinho à frente, um pulo, um salto, um vôo quem sabe...

Sonhos! Sonhos são simplesmente...Sonhos!

Como falaria ”Adelmo”, querido professor de Cálculo(s) I, II, III e Análise Matemática:

- “Limite...O que é limite? Limite é o ...................................................Limite!

Todos sorriam na sala, assim ele conseguia a atenção de todos, e aí, podia falar a definição matematicamente correta.

Eu tenho uma teoria sobre limites diferente da do Adelmo.

POSTULADO 01: Os limites de nossos alunos, às vezes, são os nossos limites, são impostos por nós todos que fazemos parte do sistema educacional.

REPEAT! Foi assim, foi essa frase, foi um susto! Ao observar a prova daquela garota de olhar tímido, achei que ela estava pensando que estava corrigindo sua prova. Passei as 8 folhas da prova, algumas questões feitas, outras menos. Na última folha estava escrito

“...desculpe OBMEP. Tem certos assuntos que nunca foram dados no meu colégio. Desculpe mas vou tentar...!”

Eu vejo aflição, tristeza, decepção. Quem sabe se ela tivesse tido a oportunidade de aprender na escola todos os conteúdos matemáticos que deveria ter aprendido, ela teria tido ao menos a possibilidade de se “atracar” nesta oportunidade.

Daí começamos a entender o discurso de Elda, quando esta quase que suplicando nos pede que, quanto mais humilde o aluno, mais Matemática devemos oferecer a ele. A humildade dele deve ser diretamente proporcional a quantidade de matemática que ele aprenderá.

Por isso falo que os limites de nossos alunos, às vezes, são nossos limites.

Chego a outro ponto... O (não) ensino de matemática pode gerar exclusão social. Imagine, talvez ano que vem, esta menina tenha simplesmente desistido... É claro, é muito mais fácil desistir...

Sonho! Sonhos são sonhos e eu tenho dos meus. Sonhos são imagens reais, que acontecem realmente em nosso cérebro mas na verdade são virtuais. Eu tive um sonho... Se esta menina tivesse um resultado razoável nesta prova, tenho certeza que ela estudaria para no ano que vem, quem sabe... MEDALHA DE OURO. Isso lhe daria animo, ímpeto, vontade e quem sabe um dia, se tornaria uma razoável professora de matemática. Sonhos...São só sonhos! ...Como falaria Adelmo.

Aquela garota teve uma oportunidade negada mas nunca vou saber se ela se saiu bem!

Reflexões de um Educador em trans-formar-ação.



PS: Carta em homenagem a Elda Tramm, querida professora que tanto nos ensinou no curso de Educação Matemática.



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Rafael Santos Cruz - Pós-graduando em Educação Matemática pela UCSAL

Professor de Matemática da SEC - Colégio Estadual Marcílio Dias

quarta-feira, 24 de março de 2010

Série Matemática em Toda Parte - Bigode
















A excelente série "Matemática em Toda Parte" do Bigode está disponível para download nos links abaixo.

Data de Publicação Tipo Título Autores Tamanho dos Arquivos

(11/12/2009)

Matemática na arte [Matemática em toda parte] Lopes, Antônio José 98.84Mb

(11/12/2009)

Matemática na comunicação [Matématica em toda parte] Lopes, Antônio José 101.9Mb

(11/12/2009)

Matemática na construção [Matemática em toda parte] Lopes, Antônio José 98.43Mb

(11/12/2009)

Matemática na cozinha [Matemática em toda parte] Lopes, Antônio José 94.48Mb

(11/12/2009)

Matemática na escola [Matemática em toda parte] Lopes, Antônio José 112.0Mb

(11/12/2009)

Matemática na música [Matemática em toda parte] Lopes, Antônio José 97.77Mb

(11/12/2009)

Matemática nas feiras e mercados [Matemática em toda parte] Lopes, Antônio José 111.8Mb

(11/12/2009)

Matemática nas finanças [Matemática em toda parte] Lopes, Antônio José 116.5Mb

(11/12/2009)

Matemática no futebol [Matemática em toda parte] Lopes, Antônio José 109.1Mb

(11/12/2009)

Matemática no parque [Matemática em toda parte] Lopes, Antônio José 88.82Mb

(11/12/2009)

Matemática no sítio [Matemática em toda parte] Lopes, Antônio José 94.51Mb

(11/12/2009)

Matemática no transporte [Matemática em toda parte] Lopes, Antônio José 108.9Mb